quarta-feira, 24 de março de 2010

Adolescência e Casamento

Com a união de minha mente ao coração, inicia-se uma produção de textos. Vou registrando com caracteres ortográficos, que denomino como células alfabéticas. Esses caracteres ao se unirem uns aos outros, formam palavras, e associando a outras, vão constituindo frases explicativas e marcando no papel as imagens de um sentimento expressivo.
Prefiro expressar-me como o personagem de minhas histórias para não envolver teses ideológicas com a imaginação alheia. Pois, cada ser humano desenvolve os raciocínios diferenciados uns dos outros na formação da célula social.
Em nossa adolescência, iniciam-se um sentimento que nos despertam a curiosidade sobre a anatomia humana, levando-nos a procura do sexo oposto, para “intercambiarmos" os sonhos em desenvolvimentos. Quando encontramos a pessoa eleita para o intercâmbio dos sonhos, o coração parece agitar-se, deixando-nos descontrolados. Mas, o receio de sermos rejeitados leva-nos a elaboração de frases perfeitas para causar um impacto e garantir o sucesso da conquista.
Nesse primeiro comprometimento de ambos os sexos, iniciam-se os namoros, um doce encantamento que nos leva a imaginar uma consolidação da união, pois com os sonhos acalentados na intimidade, nos dá a convicção de que seremos eternamente felizes.
No período em que estamos namorando, imaginamos estar observando um céu estrelado que ilumina nossos corações, e os primeiros momentos são de extremas alegrias, são os minutos mais agradáveis, pois tudo é novidade.
Mas, nem sempre o suave encantamento é duradouro, pois ao deixarmos cair às máscaras afiveladas no intuito da conquista, a convivência torna-se amarga ao transformar o amor que deveria continuar espontâneo, em cadeias de trocas exigentes e “descabíveis”.
Quanto mais enfrentamos as tempestades que se constituem nas desavenças, achamos ser o certo, obedecer e ser obedecido, sem nos preocupar com a individualidade do outro, tornando assim, um prisioneiro do outro e despertando um interesse ardente de nos libertar ao ver os nossos sonhos se desfazendo.
O nosso primeiro impulso é o de lançarmos em busca de outra pessoa que possa atender as nossas carências. Esquecendo dos primeiros momentos do namoro em que tudo era felicidade, buscamos outras experiências, atirando-nos aos primeiros braços disponíveis, para novamente sentirmos o sabor amargo da decepção. Tentamos outras e outras mais, e nunca encontramos alguém que consolide nossos anseios de felicidade, conseguimos somente infelicitarmos na busca de algo que não encontramos.
Se a pessoa com quem casamos não é bem o que esperávamos, lembremo-nos de que se a escolha foi feita pelo coração, sem outro interesse qualquer, é com essa pessoa que precisamos conviver.
Lembremo-nos de que na terra não há ninguém perfeito e que nossa busca por esse alguém será em vão. E se houvesse alguém perfeito, esse alguém estaria buscando também perfeito, que certamente não seríamos nós.
Dessa forma, deveremos amar intensamente a pessoa com quem dividimos o lar, pois só assim conseguiremos alcançar a felicidade que tanto almejamos.
Roberto Jardim
05/08/2004
Colégio Estadual Carmela Dutra
“Eu não ensino a ninguém, mas esforço-me, ajudando a alguém a aprender.”
Roberto Jardim
Amor e o Lar

Pensei em fazer-lhe uma visita. Mas como conciliar o meu tempo com o seu!?
Pensei em telefonar-lhe... mas como saber de sua disponibilidade para um colóquio!? Então, resolvi falar-lhe pela escrita a seus olhos, onde, em sua hora de reflexão, poderá analisar nas entrelinhas, as minhas idéias sobre a vida.
Quero enfocar um tema, onde creio ser fundamental e essencial na vida da humanidade; o amor e o lar.
O lar é um templo que deve ser sustentado por duas colunas, cada uma na sua posição, para que realmente haja apoio. Se as colunas se aconchegarem em demasia, o templo pode desabar, por isso, devemos viver juntos, mas não ocupando o espaço do outro. O amor tem por objetivo a união e não a fusão dos seres.
Uma coluna não pode sobrepujar a outra, é preciso que cada uma permaneça em seu espaço projetado, sem fazer sombra uma para a outra. O verdadeiro amor é aquele que compreende, perdoa e renuncia. Em nome do amor, deve-se estender a mão para oferecer apoio, deve-se propiciar segurança, confiança e afeto.
O amor é um sentimento que transcende a qualquer outro, ou prioridade de projetos existencialistas dentro do universo. Ele se consolidou na trindade, e desde então, continua produzindo, ampliando e alimentando o crescimento da união em toda a humanidade.
A palavra amor é pequena, mas não ímpar, pois é formada por quatro letras, duas vogais e duas consoantes, denominando um sentimento que une uma infinidade de seres vivos. O amor é o mais forte e o mais importante, concebendo o ser humano que o cultiva, transmitindo a todos, numa intensidade envolvente que o garante a felicidade compensadora.
O amor não tem preço, não exige qualquer sacrifício, é espontâneo e prazeroso na intercessão humana. Ele nos habilita a interpretar e a entender todas as causas e seus efeitos desenvolvidos nos demais sentimentos.
Não temos tudo que amamos, mas devemos amar tudo que temos. Por isso, precisamos nos manter constantemente em vigília, monitorando nosso sexto sentido, o “extra-sensorial”, que num pequeno descuido, poderá desviar-nos da rota da felicidade. Necessitamos nos atualizar e aprimorar em todos os segmentos da aprendizagem, pois o nosso mundo continua cada vez mais rápido a metamorfosear-se e se descuidarmos nos perderemos no imprevisível e maravilhoso percurso da vida.
Roberto Jardim
01/07/2004
Colégio Estadual Carmela Dutra
“Eu não ensino a ninguém, mas esforço-me, ajudando a alguém a aprender.”
Roberto Jardim
Origem

Olá! Se você está ocupado (a), não se preocupe, eu estarei aqui pacientemente a sua espera, a qualquer dia e a qualquer hora. Você poderá ouvir-me com seus olhos, poderá escolher uma voz baixa, como uma leitura silenciosa ou exercitar suas cordas vocais em voz alta, compartilhando com outras pessoas que por ventura encontram-se ao seu redor.
Sei que é apenas um monólogo, mas dependendo de você, poderemos desenvolver um importante diálogo, debatendo idéias inseridas neste contexto existencialista e desenvolvermos um raciocínio evolutivo.
Não há efeito sem causa, todo efeito tem igualmente uma causa. Portanto, devo preocupar-me com as causas que direta ou indiretamente contribui para os efeitos. Por isso, estudo a origem no intuito de conhecer-me e poder administrar a minha existência na sociedade como entusiasta ou otimista; sendo que o entusiasta é aquele que luta para concretizar seus objetivos; enquanto que o otimista, apenas torce para que tudo dê certo e realize seus ideais, mas não se move para a realização dos mesmos.
O ser humano é gerado e constituído por células reprodutivas, como o entusiasta gameta masculino, e o otimista gameta feminino. Os gametas masculinos estão sempre agrupados à espera de uma grande emoção que os libertarão; enquanto que o gameta feminino, em sua torcida silenciosa, aguarda a grande emoção em que levará a seu encontro, o guerreiro vitorioso.
Após uma grande concentração na ansiedade da conquista tanto esperada, chega o dia, a hora, o momento da grande emoção em que agita todos os guerreiros espermatozóides a saírem para uma luta de vida ou de morte. Mas, somente um sobreviverá para atingir seu objetivo, o óvulo que ansiosamente o espera. Quando o guerreiro vitorioso chega ao ambiente uterino e se lança ao contato com o óvulo, forma-se uma fusão geradora de energia, que dá início à produção e disseminação celular. As células originadas desta fusão são as responsáveis pela formação genética, e hereditariamente vão se “miscigenando” para a constituição de um novo ser.
Independente da sexualidade, todos nós fomos gerados por esta fusão que nos fez uma máquina geradora de energia. O percentual dos gametas masculinos lança-nos ao “desbravamento” do desconhecido, enquanto que o percentual do óvulo nos retém cautelosamente para não abusarmos do entusiasmo e cometermos falhas em nossos projetos; moldando assim um equilibro constante em nosso relacionamento social.
Quando me deparo com problemas que me parecem insolúveis, deixando-me depressivo e impotente na realização de meu projeto de vida, faço uma introspecção de volta à origem de minha concepção, onde encontro minha primeira luta de vida ou morte, em que, na forma primitiva do espermatozóide, venci minha primeira batalha. Assim, me revitalizo e me conscientizo de minha evolução e potencialidade para lutar e vencer qualquer problema.
Roberto Jardim
22/06/2004
Colégio Estadual Carmela Dutra
“Eu não ensino a ninguém, mas esforço-me, ajudando a alguém a aprender.”
Roberto Jardim
Amigo

Quem encontra um amigo, encontra um tesouro valioso, pois o verdadeiro amigo é o sustentáculo de qualquer ser humano, ele está presente no lar e fora dele e na convivência diária.
Amigo é tão importante que podemos compará-lo a muitas coisas de valor, a uma estrela que ilumina e permanece sempre presente.
Quem não é amigo ou não os tem, podemos compará-lo a um cometa que vem e vai sem iluminar e sem permanecer, sendo lembrado apenas nas datas que passam.
Há muitas pessoas como os cometas, passam pela nossa vida apenas por um instante, pessoas que não se prendem a ninguém e a ninguém se prendem. Pessoas sem amigos, que apenas passam, sem iluminar, aquecer ou marcar a presença.
O importante é ser como as estrelas, permanecer e iluminar, estar presente, aquecer e viver. Ser amigo é ser estrela, pode passar os anos, surgir distâncias, mas a marca da amizade fica no coração. Corações que não querem enamorar-se de cometas que apenas atraem olhares passageiros. Ser cometa é ser companheiro apenas por instantes, é explorar sentimentos humanos.
A solidão de muitas pessoas é conseqüência de não poder contar com alguém, é resultado de uma vida de cometa, ninguém fica, todos passam uns pelos outros.
Necessitamos criar um mundo de pessoas estrelas, aquelas com as quais podemos contar todos os dias, ver a sua luz e sentir o seu calor. Assim são os amigos estrelas na vida da gente. Podemos contar com eles. Eles são presenças, é coragem nos momentos de tensão, é luz nos momentos de escuridão, são seguranças nos momentos de desânimo.
Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas é um desafio. Mas também é uma recompensa. É nascer e ter vivido e não apenas ter existido.
É por essas e outras razões que o amigo é sempre comparado a coisas belas e de grande valor, como um tesouro, uma flor perfumada, uma estrela que aquece e vivifica.
O importante mesmo é ter amigos ou ser amigo de alguém, porque só assim teremos a certeza de que nunca estaremos desamparados.
Roberto Jardim
07/06/2004
Colégio Estadual Carmela Dutra
“Eu não ensino a ninguém, mas esforço-me, ajudando a alguém a aprender.”
Roberto Jardim